Pudim
Edson Gonçalves Ferreira
Não tem jeito,
A imagem de mamãe fazendo pudim virou poesia
Os cabelos lisos e o sorriso fácil
Da marcenaria, o odor da madeira sendo trabalhada
Eu e meus irmãos brincando no quintal
Debaixo da vinha, ao lado da figueira
Apanhando pitangas, mamões ou marmelo
Um desce e sobe a escada que dava para o quintal
A voz dela ressoa: _ Cuidado, meninos!
Todo mundo de olho no pudim
Até hoje, meus olhos estão arregalados
Queria beijar aquelas mãos santas
Doçura da nossa vida.
Divinópolis, 10.08.08