Na quarta- feira de cinzas

Na quarta-feira de cinzas despi minha

fantasia de Colombina que

esteve nos quatro dias de

carnaval à procura do Pierrô.

Triste e meiga Colombina que

volta pra casa trazendo nas

mãos um coração ferido

e nos olhos lágrimas de dor.

A folia passou, a música

parou e o Pierrô se

perdeu entre os últimos

confetes e serpentinas da avenida.

Chora, Colombina!

Derrama de teus olhos os

momentos de amor que

para aquele ingrato

ofertou como um jardineiro

que colhe a suavidade da

rosa e esquece os espinhos.

Na quarta-feira de cinzas

a Colombina despe a fantasia e,

novamente vestida – ou será despida? – agora

de Bacante, sonha com alegorias

roxas para o pós-carnaval.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 10/08/2008
Código do texto: T1121094
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