A angústia da espera

A angústia da espera recobre a

minha alma como se

fosse o véu de Maia.

Busco um poema e no poema

encontro você tão distante

que a dor se reveste de

uma passagem para além

do que há em mim.

O relógio martiriza essa

angústia, tocando lentamente

a sonoridade das horas que

não passam, refletindo em mim

o espelho frio da incerteza

de não saber se você ainda me deseja.

Não existem mais pétalas

no bem-me-quer.

Agora desfolho a saudade

que se faz presente no

meu peito como se fosse

uma alegoria de carnaval.

Penso onde andará você

na agitação que ferve a

cidade, trazendo a velha

incerteza do que será

de nós após a quarta-feira

de cinzas.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 10/08/2008
Código do texto: T1121091
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