Meus versos

Meus versos são requintado carbono

de uma pedra bruta ainda

não lapidada.

Neles existem você, eu e um

desejo construído nas

entrelinhas da virtualidade,

nas horas que roubo do

tempo para contigo ficar.

Cada verso que se junta

no espaço restrito do branco

do papel reflete um pouco

da vontade há muito esquecida

e agora repetidas vezes lembrada.

Tento engarrafar tempestades

como tão bem fez Florbela em

sonetos, mas aqui meus versos

são brancos, não obedecem

às rimas, apenas aos

meus delírios de ter

você em mim.

Meus versos são espelho, sangue

que pulsa em minhas veias

de Menina-mulher,

fazendo palpitar das mãos

da Poetisa um pouco do

Homem atrás do

mistério que você é.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 10/08/2008
Código do texto: T1121089
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