Meus versos
Meus versos são requintado carbono
de uma pedra bruta ainda
não lapidada.
Neles existem você, eu e um
desejo construído nas
entrelinhas da virtualidade,
nas horas que roubo do
tempo para contigo ficar.
Cada verso que se junta
no espaço restrito do branco
do papel reflete um pouco
da vontade há muito esquecida
e agora repetidas vezes lembrada.
Tento engarrafar tempestades
como tão bem fez Florbela em
sonetos, mas aqui meus versos
são brancos, não obedecem
às rimas, apenas aos
meus delírios de ter
você em mim.
Meus versos são espelho, sangue
que pulsa em minhas veias
de Menina-mulher,
fazendo palpitar das mãos
da Poetisa um pouco do
Homem atrás do
mistério que você é.