Onde tudo é silêncio
Há um resquício de dor atravessando
a alma quando penso em ti.
Hoje é como se de repente a
paixão explodisse de forma
intensa e dorida em mim,
desaguando dos olhos
lágrimas de saudade e solidão.
Penso no tempo como catarse
do sentimento confuso
que me abala o peito.
Em mim agora tudo é
silêncio onde antes fizeram
festa teu sorriso, tua inesperada
chegada, teus olhos verdes
mergulhados em mim.
Não escolhi a paixão como
destino, mas ela atravessou-me
a alma, desatinada na ânsia
de entregar-me a ti.
Aqui, o poema surge no desabafo
da incerteza que habita
o mesmo silêncio.
Onde as horas passeiam
meu tempo perde-se, parado
e confuso nas entrelinhas
de tua vida, na confissão
de algo que atravessa a calmaria
feito o mar em dias de temporal.
Mas o temporal não se
forma lá fora...
Ele está aqui, dentro de ti
e de mim, onde tudo é silêncio.