Poema 0588 - À procura do amor
Abri minha pequena gaveta do destino,
procuro pela minha paz,
espalho sobre a mesa algumas esperanças,
seguro firme um ou dois pedaços de paixão.
Deixo o sonho separado para os meus depois,
guardo os carinhos, reservo alguns beijos,
um sol está logo ali,
mas falta alguma coisa, não sei ao certo...
Encontro retratos de pessoas, parecem velhas,
os sons saem das bocas sem nenhum eco,
é como se perdessem a fala
no instante em que suas palavras foram falsas.
Peguei algumas tardes que estavam bem ali,
tinham gotas de chuva, também uma quase tempestade,
bem no canto um pôr-do-sol lindo,
alguns tons tão coloridos como os de um arco-íris.
Encontrei um coração quase novo, limpei um pouco,
dei brilho nas suas beiradas, ajeitei suas batidas,
achei-o um pouco frio, tentei aquecê-lo entre minhas mãos,
logo senti seu pulsar, devagar, depois mais forte.
Enfim o amor estava bem ali na minha frente,
toquei novamente o coração, notei que estava sensível,
fiz alguns carinhos, senti que alguma coisa mudou,
o vazio foi do meu peito, em seguida ouvi: ''te amo''!
14/02/2006