“Com as lágrimas do tempo”
Roubo de Vinicius o verso acima
para com ele compor um poema
feito de lágrimas, dor e sofrimento.
Refaço na tinta que pousa
melíflua no papel o trajeto
da poesia que brota de mim
construindo-se na arquitetura da palavra.
Tenho lido Vinicius, “o poeta da paixão”,
buscando em seus versos a
essência do amor tornado infinito
enquanto tempo de maturação.
Bebo da fonte poética de
águas aromáticas que translúcidas
deixam nuances suaves na
tessitura de cada verso.
Tento traduzir o discurso amoroso
que nesse momento se perpetua
em mim como um desejo
agridoce da paixão que avassala a alma.
Com as lágrimas do tempo
edifico nesses versos a razão
de ser de minha poesia
enquanto representação especular
de uma alma que solitariamente chora.