Não quero despertar
Recuso a acordar
O coração adormecido.
As folhas lá fora
Balançam sob o sol
De uma manhã.
Dentro da alma,
Dorme a esperança.
A razão sorri com desdém
Mostra no espelho da distancia
A realidade escrita na face
Da verdade que de assediar
Não se cansa.
Não, não haverá despertar.
Talvez um dia, o tempo
Desnude o sentimento
E o frio de um adeus
Seja mais forte que a espera.
Mas agora não é hora.
Que o amanhã espere
Ao longo de um caminho
Que fique ali sozinho
Porque nem uma manhã fulgente
Despertará o coração de uma quimera.
G