AMOR CARRASCO

Eu sinto guilhotinas dilacerando as entranhas de minha paz;

Segue a propagação desses meus ais, sinalizando que meu peito está aflito;

No meu olhar contrito, explode essa inflamação que num soluço me contrai;

Avanço andando para trás, lutando contra a forca que me sufoca o grito!.

Estou vencido, fuzilado de amor e tenazmente rendido;

Completamente nutrido pelo vão de sonhos destinados ao relento;

Envenenando-me de sofrimento, desvairando os meus sentidos;

Os meus escudos foram esquecidos, meu leme carregado pelo vento!

Jamais me vi tão doentio, jamais se viu tamanha crônica crise no amar;

É um querer a torturar, é um feitiço que abobalha e subverte;

Estou submergindo inerte, levado aos calabouços desse algemar;

Nas grades desse mar sou tão independente quanto uma marionete!

Amor sem dó é esse, amor cruel e sem complacência;

Usou tua inocência para escravizar meu infinito de malícias;

Me pôs em transe nas tuas delicias, te fez minha maior carência;

Amor pecador repleto de decência, que me mata com suas carícias!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/08/2008
Código do texto: T1115716
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