Veias flambadas
Há um fogo intenso e voluptuoso que
arde no corpo e deixa a pele em
brasas quando em tuas palavras
leio o sabor agridoce do pecado.
É como se em leito de fogo repousasse
o desejo ardente que consome
o pensamento obsceno e luxuriante
que se descortina diante de ti.
Leio apenas palavras na teia
espessa que me separa de ti
e como Serva obediente sigo
as ordens do Mestre que me
torna cativa na festa da carne.
Por vezes penso estar devaneando
nas entrelinhas de Sade e
de repente eis que surge
um Leão arisco e faminto
pronto para devorar a
presa que há em mim.
Tu falas em veias flambadas...
Eu te pergunto quando,
finalmente, serão saciados
nossos desejos da carne,
nossa fome insana de
prazer, nossa sede de loucuras.
Será sempre a sede
onde poderia ser insPIRADAMENTE Sade?