Um verso que não lerás
Despeço-me de teus desejos na
penumbra que recobre o dia
ou mesmo no crepúsculo de outrora.
Não há lágrimas em meus
olhos, apenas o apagar-se
de algumas imagens, fantasias
inertes na tela fria do
computador em mensagens
cifradas de alguma poesia.
Tudo ao meu redor está parado.
Apenas o relógio mastiga
as horas, deixando somente
as cinzas do tempo que
não mais cessará.
Tempo e memória...
Recolho da Poetisa os versos...
Da Bacante, os delírios...
Um verso que não lerás dirá:
– Talvez não haja mais
nem desejo nem poesia.