VIGÍLIA

VIGÍLIA

Paulo Gondim

04/08/2008

Que me escutem os pássaros, o vento, o ar

Já que insistes em não me escutar

Que meu clamor chegue às nuvens, ao infinito

Quem sabe, assim, escutarás meu grito

Que venha a mim o silêncio da noite, o luar

Como companhia na minha solidão

Na vigília longa de tanto te esperar

No tormento insólito de minha solidão

Que me leve a ti o frio e gelado vento

Das noites úmidas de meu íntimo outono

No assobio dessa brisa leve, no açoite lento

Que me corta alma no meu abandono

Que me venha o sono, ora tão distante

Para que descanse minha alma triste

E quem sabe sonhe em forma de calmante

Para um coração que amar ainda insiste

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 04/08/2008
Código do texto: T1113085
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