O ULTIMO POEMA DO POETA À BELA DAMA
Compor um poema de despedida é uma tarefa inglória
Sem o glamour de uma proposta
Dos sonhos uma vez tidos,
Da pureza até certo ponto imprópria,
De um céu obstante azul,
É um ultimo verso, de gritos contidos...
Um poema cálido em utopias,
Sem o brilho dos fogos do inicio
Com pétalas murchas e caídas...
Eu te amo tanto que respeito o que decidiste;
Amo-te tanto a ponto de ficar feliz se encontrares teu grande amor
Mesmo que meus sorrisos sejam lágrimas...
E te esquecer será como amputar um pedaço de mim
Vai doer, mas a ferida cicatrizará, embora sempre que a poesia
Vagar sobre minha alma irá sentir as tuas marcas
Encravadas até a sua raiz...
No acaso ou por fim ocaso lembra-te que estou nos versos
Que te escrevi por que não mais estarei aqui
Como já disse esquecer-te requer sacrifícios
Que por teu pedido irei cumprir...
Nas póstumas chuvas mergulharei
Para um inverno eterno, até que sintas repousar
Sobre a tua face às gotas suaves de meu ser diluído...
Após o sol poente uma estrela ascenderá ao céu
Para ser vista somente por ti, tornando-se cadente
Quando precisares de um desejo tácito...
E o luar irá provar de teus beijos férvidos
Sobre afagos de tua juventude
E se casualmente me achares ébrio
Saiba que é a tua face que me mantém a plenitude...
Com os silêncios tardios me alcançando, despeço-me para sempre
Em um verso que escrevo, inacabado, imaculado, depois rasgo...
Daquele que tanto te ama,
Este é o ultimo poema do poeta à bela dama...
Adeus pra sempre.
Ass.: Diego Duarte
O poeta solitário...