NÃO, NÃO ISTO NÃO É UMA CANÇÃO DE AMOR...
Como podia ser
Se sei onde nasce o Sol do amor
Mas ignoro
O local
Onde ele se costuma pôr?
Não, não isto não é uma canção de Amor…
Logo pela aurora
Tempo de espera
E não de demora
Vejo-te a sair da noite
Que se quer sagrada
Pois ela é o teu recanto
Até chegares ao pé de mim
Minha querida, minha Amada
Mas…
Não, não isto não é uma canção de Amor…
E se a manhã
É passada
Na osmose de afeições
Mesmo ao teu jeito
As coisas parecem demasiado belas
Mesmo a preceito
No entanto…
Não, não isto não é uma canção de Amor…
A treva da dúvida eterna
Balança sobre nós
Na dualidade de terem de existir coisas assim
Pois nunca sei
Se realmente
Gostas ou não de mim
E o dia
Amável
E deliciosamente
Percorre as nossas líricas avenidas
Onde muita coisa acontece
E onde
Se calhar
Há demasiada vida
Que eu quero prolongar
Para o teu reino nocturno
Na troca de afectos secretos
Que possuem o calor de um sol
Todo o amor do mundo
Mas é então
Que surge o amanhecer
E eu fico cego
E embora eu te tente
Gentilmente
Segurar nos meus braços
Sei que te vou perder
Embora
Nunca aconteça tal de facto
Pois tenho-te
Pelo meu espaço-tempo fora
Tenho-te nos meus sonhos
Onde toda a impossibilidade
Se torna
Realidade
Onde as maiores ambições
São a mais genuína realidade
Tenho-te a Ti
Parcela
Parte do meu coração
Carinho
Perene
Pois sei
Que nos Sonhos
Estarás
Pela Via da Eternidade
Comigo
Não, não isto não é uma canção de Amor…