Poema 0587 - Sem juras
Não direi nenhuma palavra neste momento,
espero um instante, respiro um pouco mais profundo,
tomo suas mãos, nos seus olhos vejo amor.
Leio sua pele como se fosse meu livro preferido,
nos lábios ainda tenho o gosto d'outro dia,
as razões não importam, sou o que meus desejos querem.
Deixe sua roupa pelo caminho, traz apenas suas vontades,
esqueça o mundo, fechamos um pedaço, isolamos o céu,
arrancamos as máscaras das promessas, vestimos-nos de amor.
Diga-me apenas do querer, não das juras, não preciso do amanhã,
deixei o vazio para preencher do êxtase que trouxe,
quero-lhe presente no corpo, no gozo, em minh'alma.
Feche a porta depois que eu entrar, tranque-a por dentro,
faça com que a meia-luz da solidão ilumine metade dos corpos,
noutra metade o amor faz o brilho com a nossa paixão.
13/02/2006