Onde teu corpo repousa
Onde teu corpo repousa, o meu
consome-se por inteiro de desejo.
Isso acontece na cama...
Aqui, na margem branca do papel,
o desejo é expresso na forma de
poema, na tentativa de um
lirismo erótico, carregado de
sexualidade que aquece os sentidos.
Não sei onde andas com teu
Mistério, nem mesmo se
a Bacante, nesse exato momento,
se faz presente na tua vontade.
Ela está tecendo nos pensamentos
obscenos – como os dois últimos
números desse poema – um fio
de sedução nos labirintos onde
não vive o Minotauro, apenas um
homem com os desejos lascivos
do touro, engendrado em
seus próprios descaminhos.
Onde teu corpo repousa, é o lugar
em que a Bacante novamente sonha
com um possível segundo encontro.
Rita Venâncio.