Ainda quero teu corpo

Ainda quero teu corpo...

E como dizia Cazuza:

“Com amor ou não”.

Quero teu corpo como a

urgência desse poema que

escapa de mim, escorre

pelo branco do papel

e nele macula palavras,

versos e sentidos.

Não posso explicar o

desejo que por ti sinto,

tampouco seria capaz

de mensurá-lo.

Não há medidas onde

arde o fogo que

consome teu corpo em mim.

E não há limites...

É como se de repente

o tempo urdisse em sua

teia um fio espesso que

me entrelaçasse em ti.

A Bacante, uma vez mais,

se sobrepõe à Poetisa,

oferecendo-te outro banquete.

Duas personas a dividirem um

mesmo corpo, a debaterem-se

em dois diversos desejos.

A Bacante oscila entre

o prazer e a dor.

A Poetisa entre a

paixão e a poesia.

Mesmo assim ainda

quero teu corpo...

Mesmo que a razão se

contradiga dentro de mim

e mesmo que seja somente

por mais um único dia.

Rita Venâncio.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 03/08/2008
Reeditado em 03/08/2008
Código do texto: T1111178
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