Entre moradas
Moro entre o corpo e a alma
e em mim nada se espalha
se eu não quiser.
Domo o meu olhar e vejo estrelas
e sou na réstia escura a brincadeira
e tenho comigo tantos desejados sóis.
Durmo ao meio dia a ver a lua
e sonho quando fecho as portas
e pelas janelas semi-mortas vou às ruas.
Festejo o medo com a coragem alheia
e no mar seco sou baleia
e no céu poluído viro um pássaro.
Moro entre um beijo e um abraço
e se meu corpo peca,
minha alma renasce
e se o mar me leva,
eu alegremente volto e fico.