O poder das palavras
Teu sorriso não me encanta,
nem tão pouco o teu olhar,
o que me cativa de certo
é este teu palavrear.
A poucas outras coisas me atenho,
além de belos ditos e escritos,
e o mínimo que tu me falas...
Ah, quão me soa bonito!
E toda vez que te percebo
“vejo-te pelos os ouvidos”
fico em suspense ridículo
diante de qualquer alarido.
Tudo em ti pode falhar,
o teu vestir, teus ornamentos,
mas se tu emudeceres
só sobre isto eu me lamento.
Tantas vozes me rodeiam e falam
gritam as vezes, fazem-se ouvir,
mas todas aos meus ouvidos se calam
quando percebo a tua voz por vir.
Então não me abstenha da tua fala,
seria crueldade poupar-me dos teus ditos
e sem embaraços digo-te um declarar preciso
tanto me afeiçoei pelo teu palavrear conciso.
*Texto puramente fictício.