Quase
Quase posso tocar a asa do anjo
que roça a minha alma com
extrema doçura e paixão.
É quando penso em ti
mergulhando na imagem poética
de teus olhos verdes
feito esmeraldas de fogo.
Tenho medo de queimar-me
por inteiro tornando-me
chama em teus braços.
Hoje sou apenas uma gota
da água salgada que
verto dos olhos, trilhando
solitária o caminho incerto do rosto.
Sinto teu perfume na casa
vazia como se o tempo de
ontem fosse marcado a ferro
na memória da pele
há tanto intocada.
Em mim há uma entrega...
Em ti um mistério a saber
nas entrelinhas que
me fazem calar.
Há um verso solto dentro
de mim escrito na
quase possibilidade de a
paixão vir a me enredar.
Rita Venâncio.