AMOR V*
Avise-me quando não mais houver.
Lembre-me de que o açúcar acabou,
Mas há colibris sedentos lá fora.
Senta na rede antes de dormir
E conta histórias de não adormecer.
Cavalga indomável pelo meu dia
Sem laços
E invertebra-te na tua pálida desilusão.
Diz que foi
Que eu acredito.
Diz que vem
Que eu não espero.
Faz do sol, a lua do acalanto
E esquenta, sem vontade,
O dia de logo mais.
Cala,
Ainda que não consintas.
Avisa, pela manhã,
Que acabou.
Explica os anos que passaram
Arrumando as malas
E confessa que o tempo não rasgou nada além que o relógio.
Antecipa a ausência
Porque a ausência vem junto com a doçura dos primeiros olhares e beijos.
Sai.
Busca na rua um rosto que não está
E, feito isso, enlaça outra pessoa nos braços
E faz as mesmas juras de sempre
Para depois quebrá-las sem causar espanto.
Só mágoa.
* Este texto integra o livro inédito Os Oito Pecados Captados.
Avise-me quando não mais houver.
Lembre-me de que o açúcar acabou,
Mas há colibris sedentos lá fora.
Senta na rede antes de dormir
E conta histórias de não adormecer.
Cavalga indomável pelo meu dia
Sem laços
E invertebra-te na tua pálida desilusão.
Diz que foi
Que eu acredito.
Diz que vem
Que eu não espero.
Faz do sol, a lua do acalanto
E esquenta, sem vontade,
O dia de logo mais.
Cala,
Ainda que não consintas.
Avisa, pela manhã,
Que acabou.
Explica os anos que passaram
Arrumando as malas
E confessa que o tempo não rasgou nada além que o relógio.
Antecipa a ausência
Porque a ausência vem junto com a doçura dos primeiros olhares e beijos.
Sai.
Busca na rua um rosto que não está
E, feito isso, enlaça outra pessoa nos braços
E faz as mesmas juras de sempre
Para depois quebrá-las sem causar espanto.
Só mágoa.
* Este texto integra o livro inédito Os Oito Pecados Captados.