Mar aberto

No teu corpo

mora um mar aberto,

tempestuoso...

é nele que navego...

:

Em carícias plenas percorro

revoltas marés de beijos

me arrisco nas tuas correntezas

mergulho nas tuas profundezas

maré vazante de tuas dúvidas

sofreguidão dos teus anseios

sem bússolas pra me orientar

sem leme pra me guiar

exploro teus arredores...

:

Na espuma delirante do desejo

deslizo nas tuas encostas

contorno tua ilha

ancoro no teu porto...

onda violenta me arrebata

nado em contra-corrente

pele salgada

conchas,

maresia,

areia,

coral...

:

E, no rescaldo do devastador maremoto,

sinto tua fragrância estonteante

inebriando-me com

essências de amor...

:

teu

farol

me guia...

:

E me perguntas

se sou real...

Se sou noite escura,

chuva,

temporal...