NESTE TEMPO QUE LEVA O VENTO

A todas as mulheres que amei em mais de 1000 anos de vida, dos mais de 2000 que hei-de viver para esgotar o meu sentir

NESTE TEMPO QUE LEVA O VENTO

Corro em círculos

Cortando sempre a mesma meta

De uma fantasia

Que quero realidade

O amor de quem não mo podia dar

Para preencher a minha eternidade

E eu corro…

Ao sabor da música

Que nunca para de tocar

Por todo o lado

E por isso

Nunca soube como te achar

Qual morcego

Entropecido

Pelos múltiplos ecos no seu radar

Dizem-me que estavas num lado

Para lá ir

Com toda a minha fé

E lá não te encontrar

E se calhar é mesmo

Como diz o poeta

O meu coração foi partido

Um pouco demasiadas vezes

Tantas

Que já desisti de as contar

Pois estou demasiado ocupado

A colar os cacos

Para com ele inteiro

Novamente amar

E pareço um tolo

Porque não aprendo

Com a dor

Que suplanta e muito o amor

Porque acredito

Num amor-perfeito

Num amor final

Que me faça parar

Não por um bocado

Mas para sempre

Porque te amarei nesse pedaço de biliões de horas

Milhares de anos-luz

Pois sou como um astrónomo

Que observa à distância as suas amadas estrelas

Sem nunca tirar delas real provento

Sou uma espécie do poeta indestrutível

Nesse tempo que leva o vento…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 29/07/2008
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T1103559
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