A ANDORINHA E O POETA
Diz a página verídica da vida, que certa feita viajava a andorinha;
Suas asas incansáveis rasgavam ares, ávidas por um verão;
O céu era menor que uma gaiola, nem mesmo o infinito lhe continha;
Ela voava sem raízes e por nenhuma específica paragem, tinha afeição!
Nuvens choraram por seu amor, e o vento sofreu por causa dela;
Mas sua sina era dinâmica e seu querer negava um só destino;
Seu canto não se prendia e o seu encanto era um barco a vela;
Pássaro que não amava e nem se dava à emoção em desatino!
Até que nos seus ares, surgiu uma desavisada corrente poética;
Que interferiu em seu percurso, que revolucionou seu modo de voar;
Venceu a andorinha com a força apaixonada de sua prédica;
E derreteu seu coração, que nos braços do poeta quis pousar!
A andorinha independente se permitiu viver em grades;
Chorou pela primeira vez, sentiu a dor que costumou proporcionar;
Sem o amor de seu poeta, escureceu seu céu na densa tempestade;
E em cada verso que ficou, o seu verão insiste em invernar!!