A ABSTINÊNCIA DO AMOR

Faz quase um mês que eu não escrevo nada.

Minha inspiração cessou.

Estou vivendo uma estiagem criativa.

Minha vida anda tão burocrática que a emoção está subjulgada à razão.

Nem as noites solitárias me trazem inspiração.

Olho para o teto enquanto o sono não vem,

Imagino que as sombras da noite são formas humanas.

Não vejo mais a vida colorida,

Naufraguei num mar de preto, branco e cinza.

Sinto falta da época em que eu vivia.

Quando o tudo se equilibrava bravamente ao lado do nada.

Sinto falta das lembranças que não me assombram

Lembro de coisas que preciso esquecer,

Esqueço de coisas que preciso lembrar.

Minha mente se esgueira por labirintos estreitos

Como se buscasse uma saída de um lugar que eu nunca entrei

Sinto falta do carinho simples e sincero.

Sinto falta das palavras que assediavam meus ouvidos.

Sinto falta de sentir.

As dores da vida me deixaram anestesiado, e agora nada sinto

Feito um viciado procuro um remédio para meus dliemas

Quero comprar um coquetel de panacéias

Assim vou fingindo que tenho idéias mirabolantes

E que o depois nada tem de diferente do antes

Hoje eu tive uma recaída

Resultado de um crise de abstinência

Saiba que agora você é minha única leitora

Pois tudo que eu havia escrito foi apagado.

Num momento de loucura planejada joguei fora minhas frases desajeitadas

Como se isso tivesse alguma importância, pra quem quer que seja.

Só te peço paciência, minha ímpar leitora.

Não terás que conviver com minhas ladainhas.

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 28/07/2008
Reeditado em 15/12/2009
Código do texto: T1101480
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