Suave erotismo
Porta entreaberta em testemunho...
Dois seres se anseiam em carinhos
Velas espargindo luz aos pouquinhos
Exalando elixires... Pétalas deitam-se...
Sobre o leito frio que espera pelo calor
Dos corpos enamorados cheios de ardor
Uma estrada nupcial... Percorrida de suor
Colos... Duas almas se reencontrando
Na poesia corpórea... Amor fecundando
Que os céus entalharam leves nuances...
Em toques loucos de calores inolvidáveis
Melodias sopram suaves solfejos admiráveis
Etílica luminosidade esvoaça a sutil sedução
Hão de consumar o fascínio fértil em ebulição
Da pele que se acumula intensa de excitação
A elevar às alturas o maior desejo e emoção
Dantes tão contidos e agora desinibidos
Permitem-se que seus templos sejam invadidos
Das venturas quentes e doces em evolução...
Daí em diante o canto... Em oposto à letargia
Corpos e almas nuas dançam a mais pura poesia
Essências espalham pelo ar o amor e doce magia
Numa sonora ronda... Exultantes toques e fantasias
Declamados os sonhos e seus anseios em suspiros
Intermitentes vestidos de gemidos fortes e tenros
Como a vontade de dizer de algo que virá sereno
Pelo que ainda não se fez... No diálogo mundano
De dois apaixonados na ternura litúrgica profana
E assim... Nesta preliminar orgia entre o poema
O contato vibrante dos corações em plena cama
Dois sonhadores e amantes... Roçam-se em chamas
Nesse palco de penumbra... Cenário nada inocente...
Acontece esse encontro de encantos deslumbrantes
Na sedução e confinamento... Culminando em regozijos
Tal que só quem conhece amor em ação pode senti-lo...
De modo que a distância não precise significar tristeza
Ainda que signifique saudade de ter vivido tanta beleza.
Duo: Nalva & Hilde
Ednalva Ferreira & Hildebrando Menezes