Quase Azul
silencias-me com as vagas
do teu olhar,
quase azul
tão perto de mim.
beijo de pupilas.
perco-me
lanço-me,
(estranho bailado de olhares)
desamparada
ao indizível dos teus sons.
há lacunas em cada pausa
tua.
há vida em direção
errante.
e eu,
diante de ti,
olhar quase azul
amendoado de serra
por gôsto de mel marinho.
diante do teu quase azul
eu não me sei
tampouco,
ardente em pistas
me calo.
pulsando em vidas
sem saber para onde.
escuro tateado por alma frágil
neste sítio tão
frágil
entregue a ondas
de nau sem rumo
estelar.