Apenas um poema de amor...


A canêta o falo,
o sêmen a tinta.
A folha branca o útero,
onde o pensamento-sexo se agita!
O poema...
O feto,
que com carinho e afeto,
entregarei á Maria!
Para que o aninhe consigo!
No calor de seu peito!
É nosso filho!
É nosso rebento!
Que neste momento,
fez-se arrebentar...
Traz nas faces,
os olhos negros de Maria,
Traz seu jeito no olhar!
Insinua em sua testa nua
a maciés que Maria tem nos cabelos...
E o som de seus versos,
pertence ao espectro do da voz de
Maria!
O poema é de amor!
E nunca o teria feito sozinho;
Quatro olhos foram precisos,
duas bocas; feito uma!
Quatro braços se entrelaçando,
Quatro pernas se perdendo á deriva
no mar de seus desejos...
Dois sexos, frente e verso,
Dois em um orgásmo!
Duas vidas e duas almas,
crendo-se unas...
Para apenas um poema de amor...
Apenas um!
Não foi de gêmeos, desta vez, esta
barriga!

Edvaldo Rosa
26/07/2008

Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 26/07/2008
Reeditado em 31/07/2008
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