A INVASÃO DE UM GRANDE AMAR
Eu precisava sair de mim para falar de ti;
Porque quando me vi, estava a transbordar de tua essência;
Em meu desenho tua aparência, em meu sopro teu existir;
Na minha boca o teu sorrir, na minha fé a tua crença!
Olhei pro chão e vi tua forma estampada em minha sombra;
Até na fronha e no lençol, a tua pele me tocava o corpo;
Todo sabor que sinto lembra teu gosto, a tua voz em tudo estronda;
Tua imagem sempre me encontra, viajo em ti quando me acho absorto!
O que dizer pra minhas mãos, que tanto querem te acariciar?
O meu olhar já se perdeu nos horizontes dessa saudade;
A miragem é mais real que a realidade, a loucura é o ponderar;
Sem nada em mim do que não quis ficar, sou frágil ao que me invade!
Eu bem sabia que assim terminaria o meu fracasso;
Mas agora vendo os meus pedaços, sinto que morro a cada lágrima;
Cada lembrança é cálida, cada recordação um estilhaço;
Desgovernado a cada passo, segues chovendo em minha alma árida!