AMOR ABANDONADO
por Regilene Rodrigues Neves
O amor dorme no fundo da minha alma
Não me acaricia não me beija
Não me toca... Apenas repousa
Num silêncio doído de solidão...
Eu o recolho dentro de mim
Como mendigo andarilho de sonhos
Alimento-o dos meus desejos
Limpo suas lágrimas de desenganos...
No meu colo afago seu abandono
No meu peito ouço-o
Ainda respirando dentro de mim
Cheio de cicatrizes
Das aventuras de amar e ser amado...
Na face
Traços do seu encantamento
E uma voz sempre sussurrando... Eu te amo!
Querendo soltar a felicidade
Prisioneira na rotina de uma poesia
De versos velados de abandono
Confessas nas entrelinhas de um papel
Cuja vida é lida na essência
De uma página molhada de emoção...
Exala um perfume de bem-querer
Impregnado na pele
Jaz numa tatuagem eterna...
Hoje ele mora comigo
É meu companheiro de fantasias...
Juntos fazemos viagens
Meu pequeno príncipe
Na calda dos planetas
Conta-me histórias,
Para sonhar em noites de luar...
E neles encontrar a ternura
Da doce namorada
Que guarda um amor eterno no peito...
Dormindo ele suspira sonhos dentro de mim
Reviram em minha alma sentimentalidades
Guardadas em segredos frágeis e sensíveis
De um amor pego escorrendo pelos vãos dos dedos
Querendo levar o resto da sua essência
Deixando-me somente papeis em branco
Vazio de palavras e de poesia
Escrevendo somente linhas cheias de melancolia
De um amor abandonado...
Em 26 de julho de 2008