AOS TEUS PRÓPRIOS MEIOS
Coloque as tuas mãos
sobre a cabeça pálida
de cabelos grisalhos
na fronte que adormece.
Coloque a tua euforia
sobre a vasta cabeleireira
de experiências reconhecidas
na poeira dos anos afora.
Coloque as tuas velas
nas mãos trêmulas
da indecisão estampada
que te deslumbra o sono.
Coloque as tuas bandeiras
nas desfraldadas ambições
das ineficiências declaradas
que o abstrato não vislumbra.
Coloque os teu aparatos
nos devidos lugares
das inércias estapafúrdias
que te detêm claramente.
Coloque as tuas incógnitas
nas mais vastas incertezas
dos indevassáveis meios
que te compõem o cérebro.
Coloque os teus receios
nas vestes sedutoras
das paixões reprimidas
que te adornam o tórax.
Coloque as tuas mazelas
nas cicatrizes doloridas
das paciências loquazes
que te esvaziam os ideais.
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