O QUERER DOS MEUS PRANTOS
Eu queria viajar numa despercebida nuvem noturna;
E te encontrar n’alguma estrela, pra te roubar um beijo;
Subjugar o teu cansaço interior sob o calor de minha ternura;
Queria abandonar meu lar, para habitar onde passeia o teu desejo!
Eu queria alcançar os pináculos de teu sonhar;
Estar presente onde se acha tua mais discreta lacuna;
Ser a lança na garganta do infortúnio que te faz chorar;
Ser teu ar, e o tecido sedutor que o teu corpo arruma!
Eu queria extrair dos lábios meus, o perfume de teu colo;
Trazer de volta ao teu olhar, as rosas que te furtaram os jardins;
Brindar na tua pele com o cálice desse sorriso pelo qual imploro;
Queria amar os teus princípios e engravidar os teus confins!
Ah, como eu queria uma fração que fosse de teu amor!
Inundar os meus desertos de paixão com uma gota de teus encantos;
Ser achado por teu coração, dele merecedor;
Calar na tua boca que tanto amo, meus desprezados prantos!