AME O MEU OPOSTO

Mesmo que eu mastigue a tua carne e me embriague de tua lágrima;

E que os exércitos dos meus defeitos, contra ti resolvam se acampar;

Mesmo que eu te negue o sol e te deixe a pele pálida;

Nunca, sob hipótese alguma, desista de me amar!

Mesmo que eu mate de fome e sede o teu perdão;

E te castigue injustamente com meus açoites desleais;

Mesmo que eu esmague e pisoteie o teu apaixonado coração;

Não me abandones, por um único segundo jamais!

Mesmo que eu massacre o teu presente e estrague o teu futuro;

E pague o salário de tua lucidez com minha loucura;

Ainda que eu condene tua luz a servir meu lado obscuro;

Por favor, não me vire às costas, pois sem tua alma a minha não perdura!

Mesmo que sete vezes por minuto eu afirme te odiar;

Mesmo que eu lute contra mim, pra te forçar a me esquecer;

Ainda que eu ameace te preterir ou por tua culpa meu próprio coração arrancar;

Atende ao oposto do meu falar e ame o meu desmerecer!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 24/07/2008
Código do texto: T1095145
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