Gritos

Gritos

Busco o silêncio para que possa confrontar meus pensamentos,

Que como vermes sanguinolentos devoram minha paz e alegria aos poucos,

Quero a escuridão para que não vejam meus olhos avermelhado,

Dilacerado pelas lágrimas como a carne frágil cortada pela navalha.

Escuto os gritos que na noite ecoam sem parar,

Vejos seus filhos que dançam e celebram seus prazeres,

Como animais sedentos tentando desesperadamente se saciar

Matando a fome de vida, até que a morte escreva seu ultimo capitulo.

Tentando correr contra o tempo como se andasse para traz,

Lembrando o passado e os passos que sem querer fizeram o futuro,

Tornando assim tão perdido e sem rumo no agora

Como um cego em um campo deserto sem nada para tatear.

Perco aos poucos os sentidos, e entorpeço em mim mesmo,

Essa loucura sóbria que me faz ver o mundo em preto e branco

Em camera lenta e caminhando sem sair do lugar

Um passaro sem asas no alto da colina em direção ao frio chão.

Não vejo a luz branca e pura do fim do túnel,

Não escuto a suave melodia que tocam os anjos,

Não sinto o doce aroma das flores do campo,

O que me resta agora, apenas silêncio e escuridão!...