Amor de Córrego

Tal como a foz de um rio

nos fazemos em invenções de criança.

Madeira que pega fogo e vira pó

de feitiçaria.

Quero-te,

amor de luar

em farrapos finos

exaltação de coaxares

nocturnos ao léu.

Sou pessoa percorrida

por sofrimentos

e por vida

sou fuga para teu abraço

e de lá saio

mendiga.

Rica de estrelas

e de princípios feitos de precipícios,

plena de ar e de caules

verdes úmidos

húmus incrustados de ventania.

Me largaram aqui,

nua e feliz.

E eu te canto.

Quero-te, meu amor

nada mais

que a pulsação

de nossa cor.

(em uníssono)

Pôr-de-nós

na beira de um rio.

Ana Perissé*

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 22/07/2008
Código do texto: T1092294
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