SUAVIDADE PERIGOSA
Sandra Fayad


Caçador, tu me perguntas
O que podes esperar
Dessa suavidade perigosa,
Que pareço representar,
Pois me achas belicosa.

Não sou tão suave assim...
Trago algumas pedras sobre os ombros,
Calos nas mãos e nos pés,
Carimbados a ferro e fogo
Nas estradas por onde vim,
Em busca de cafunés.

Muitos perigos te rondam, sim.
Alguns brotam da terra em chamas,
Outros da fumaça das chaminés
Como anjos tocando clarim.
Comigo, se a verdade proclamas,
Teu risco é tão somente
O mesmo risco que eu corro,
Enfim...



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