ENQUANTO CHOVIA...
Eu via
O teu espectro de amor
Entre as lágrimas
E a chuva
Que dentro e fora do meu ser
Me encharcavam
Enquanto lá fora o calor dominava
Enquanto chovia…
O rosto adivinhado
Que de tanto amado
Parecia sorrir
Com os pedaços de Ti que dentro de mim restavam
Entre as bátegas de água
Que imune ao meu sentir
Não parava de cair
Que apesar de seco
Me molhavam
Enquanto chovia…
Pensava e não parava de pensar
Que há Impérios
Que do nada se fazem grandes
E Tu foste um Império
Na parcela do que sou
De relevância bastante significante
Mas as paredes desmoronaram-se
A grande barragem emocional
Foi por ambos sabotada
Restando a água
Que me arrastou
E que quase me deixou sem nada
Apenas imune
Á água
E por isso
Até pode haver um dilúvio
Já não te tenho
Jamais te terei
Sou feliz assim
E essa felicidade
É o meu supremo
E portentoso refúgio
Enquanto chovia…