ENQUANTO CHOVIA...

Eu via

O teu espectro de amor

Entre as lágrimas

E a chuva

Que dentro e fora do meu ser

Me encharcavam

Enquanto lá fora o calor dominava

Enquanto chovia…

O rosto adivinhado

Que de tanto amado

Parecia sorrir

Com os pedaços de Ti que dentro de mim restavam

Entre as bátegas de água

Que imune ao meu sentir

Não parava de cair

Que apesar de seco

Me molhavam

Enquanto chovia…

Pensava e não parava de pensar

Que há Impérios

Que do nada se fazem grandes

E Tu foste um Império

Na parcela do que sou

De relevância bastante significante

Mas as paredes desmoronaram-se

A grande barragem emocional

Foi por ambos sabotada

Restando a água

Que me arrastou

E que quase me deixou sem nada

Apenas imune

Á água

E por isso

Até pode haver um dilúvio

Já não te tenho

Jamais te terei

Sou feliz assim

E essa felicidade

É o meu supremo

E portentoso refúgio

Enquanto chovia…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 21/07/2008
Código do texto: T1090563
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.