Filho ausente
Ô filho! Onde estás agora que não posso
Ao menos escutar tua voz macia
De firmeza impar? Onde estás agora
Exibindo essa juventude que te faz firme pisar?
Tragas-me tu esse olhar hermético, este amor
Patético que te levou distante a trabalhar!
Dê-me um instante de prazer, preciso de tua
Presença deleitar, viver sem sofrer, aqui
É o teu berço, o teu apogeu, o teu doce amar.
Traz nesse olhar a solidão dos que amam,
Verdadeiramente, sem no contratempo pensar.
És pássaro e sabes tu que de braços abertos
Todas as manhãs estou sempre a te esperar.