CULPA
Eu próprio me condenei,
e, como um austero magistrado
proclamei minha sentença,
mesmo conhecendo minha inocência.
Fui severo, não medi as
consequências, e hoje, o
alcance das agruras
não me deixam viver.
Feri meu próprio peito,
e dele emana fel, definindo
muito bem, alguém que não
soube amar como eu.
Me entreguei ao abandono
praticando autoflagelação,
consta do libelo que fiz ruir
o meu castelo, soterrando com ele
os mais lindos sonhos...
Faz parte da história,
os atos acusatórios registrados
nas páginas do passado,ali consta
o assento que fui condenado por
querer amar demais...