Desejo
Atrás de cortinas transparentes de vaidade
entre ofusca estampas de orgulho,
mesmo assim queria te ver,
matar essa vontade de olhar o cansaço
que se fez presente com minha presença.
Esse sentimento tanto de sufoco,
mesmo assim queria te ver.
A saudade se fez real, dos olhos, do andar,
da boca que me mordeu de paixão
uma só noite de euforia,
mesmo assim queria te ver.
Para desenterrar a sede de teu colo
o afago cheio de dúvidas,
transcorridos pelos dedos que buscaram
incessantes os desejos,
mesmo assim queria te ver.
Percorrer a relva macia e os montes claros
que um dia, apenas, se fez em sonhos.
Caminhar os mesmos caminhos
e dividir o sorriso e o pranto alegre
mesmo que depois o aperto do sofrer
viesse ao meu encontro
e o teu corpo, mais uma vez, me fugisse,
mesmo assim queria te ver.
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