NO SILÊNCIO DA NOITE
A noite é que silencia...
Quando não é barulhenta...
A tristeza e a alegria
Que o dia nos apresenta.
A noite dá-nos recados
Mesmo assim, ainda é pouco
Para estarmos preparados,
E fugir do mundo louco!...
O silêncio é de ouro
E o muito ouro faz guerra...
Às vezes um mau agouro,
Deita o silêncio por terra!...
Se o silêncio não existisse,
Tinha que ser inventado
P'ra que eu às vezes te visse,
Silenciosa a meu lado!...
Com o silêncio da noite
Faz-se p'ro dia, o fermento...
E ainda há quem se afoite,
A ser sempre barulhento!...
João da Palma