ENVOLTO EM LUZES
Deixa eu vagar a esmo,
sem destino e sem vontade,
na verdade de mim mesmo.
Deixa eu caminhar sempre,
como o pedinte faminto
o qual desminto o presente.
Deixa eu enveredar-me acaso,
nas tuas asas mais leves,
como breves luzes do ocaso.
Deixa eu segurar-te o ombro,
dedicar-te o meu amor efusivo,
pelo qual vivo o meu assombro.
Deixa eu parecer estranho,
mediante o teu dedicado
e mais devotado sonho.
Deixa eu embrenhar-me ainda,
nas tumultuosas florestas,
e por estas belezas infindas.
Deixa eu concluir a respeito,
no alvoroço que se promove
que agora se move no meu peito.
Deixa eu conduzir-me então
pelas frestas mais estreitas
de quem as deita no chão.
2.000