Nada
Pouco tenho e nada me resta
E o que restava de nada importou-se em leva-lo contigo
Todos os dias o passaro morto canta a mesma canção triste, e logo cedo
Posso ver sobre o meu corpo a mesma poeira que sobra ao redor do nada que me resta.
O meu verso mais bonito eu o escrevo sem tinta
Em um papel tão vazio quanto meu peito.
Com um caderno sem folhas alguma
E um pensamento cheio de nada, pois foi tudo que me restou.
Todas as vezes que o nada alguém de mim tentou tirar...
Lutei mesmo sem forças, pois o nada foi o que me deixou
E eu já não podia perder o que um dia me completou.
Mas tudo o que sei é que um dia eu hei de encontrar
Mesmo sem saber o que procuro, por que para lhe encontrar
Nada há de me parar...