Ilusão
Olhar pra ti é beber o sublime... e perder o chão.
Beijar: mergulhar no Paraíso, acordar no Nirvana!
Te amar a graça ímpar, não-conhecida, indefinível:
— Fusão à Criação?
Sumiço no Espaço-tempo?
Portal de todos os encantos?
— Desígnio divino, indizível deleite, a dança dos deuses?
Fantasia! Nada mais do que sonhos... Ilusão.
Mesmo que tu sejas como enxergo que és, é desvio — é fuga! —
a paixão que me devasta, desassossega a minha alma:
— Dos meus medos, da angústia,
das minhas frustrações, culpas,
do vazio, da minha sede do Ser.
— Houvesse te amar e fosse apenas, e somente, puro amor...