Comitiva

A comitiva vai cortando estrada, tocando

O gado faminto e cansado; e, entre a poeira

Vermelha, ouve lamento que significa nada.

Atravessa rios e cascatas, ponte sobre

O boqueirão e desconhece o sentimento

Do seu próprio coração; se encontra obstáculo,

Apela a Deus no céu com a sua devoção.

Pára, põe os arreios no chão, faz mais

Uma vez sua prece de joelhos no chão

Prepara seu alimento e divide com o irmão

Sabe que sua estrada não é ligeira e não importa

Quando chegar; é apenas uma comitiva

Que no campo a flora e a fauna aprendeu amar.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 16/07/2008
Reeditado em 14/08/2008
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