Indefesa
A secreta voz de um anjo
soa doce nos meus ouvidos
enquanto durmo.
Ele fita-me.
O olhar trêmulo.
A alma balbucia
aflita.
Abro
às sombras do desejo
o velho baú de memórias
O hermetismo escondido
rasga vôos doloridos em meu peito.
Enquanto durmo.
E o anjo secreto abre as asas indecentes
quando desperto
(nua)
no silêncio índigo.
Indefesa.