“Em Órbita"
"... Ao contemplar-te vejo a natureza emoldurando a sua beleza.
Aura encantada,
Luz.
Em seu corpo terra deparo-me com tudo que me é peculiar na natureza,
Comparações entre o vermelho araçá dos seus lábios que me encantam quando você sorri, reluz como um sol.
Um pueril olhar como quem busca respostas sobre algo inexplicável,
Seus sentimentos sobre nós.
Coisas comuns entre casais que se tornam misteriosas sob o espectro de que está apaixonado.
Querer ou não querer,
Corredeiras de indecisão.
Cachoeiras de incertezas,
Rios de desejos subterrâneos,
Vulcões e lavas de volúpias.
Natureza efervescente.
Perco-me e me encontro na geografia do seu corpo.
Mapa de sinais e símbolos,
Sua pele me guia as suas fontes onde me refresco do calor de tanta procura.
Procura pelo tesouro que está em seu intimo e me instiga a querer mais e mais encontrar em seus subterrâneos esta riqueza natural que aflora em você.
Os arrepios em seu corpo são como torrentes e sua carne tremula durante esta nossa busca comporta-se como as marés,
Em ondas, marolas.
Um oceano de Cheias,
Vazantes,
Preamar.
Línguas, Olhares,
O tocar.
Mãos nervosas,
Dedos ágeis,
Piano sem teclas e mil sons.
Sussurros e palavras,
Palavras,
Palavras...
Interminável dicionário de interpretações gestuais,
Texto multifacetado numa linguagem que só aos amantes é dado o dom de interpretar.
Momentos em que o silencio fala,
Momentos em que os sons cessam se calam.
Em que os movimentos são ensurdecedores,
E as sensações nos cegam.
Onde nos entregamos de fato ao fato que nós somos um só em meio a tudo isso,
E que giramos ao redor do nosso mundo intimo.
Enquanto o mundo gira naturalmente ao nosso redor..."
( “Em Órbita”, by Carlos Venttura )