Trajetória
Quantas maravilhas no tempo ficaram perdidas,
Quantos sonhos na memória esquecidos,
Quantas palavras em vão proferidas,
Quantos atropelos sofreu este meu coração.
Porém, no fim, não há de ser nada, não há de sentir
A dor de uma punhalada, há de findar-se tranqüilo
Como a estrela enamorada, que clareia
Meu caminho sem reclamações ou risadas.
Mas quando vier, que não venha de hora marcada
Pegue-me de surpresa, deixe-me sem destreza
Por toda conspiração construída ao longo desta estrada.
Então, morrerei em seu segredo, mistério sem
Adivinhações, aplaca-me essa paixão qual reis
Perdida da invernada, deixe-me só, que não
Pedirei da minha trajetória mais nada.