Indigente
Indigente
Sem teus olhos
sou apenas um cego
jogado no espaço,
vagando os céus,
sem caminho,
deixando-me esvair
às custas do vento.
Sem teu corpo
me reduzo ao vazio,
um mendigo em desespero,
um nada sem abrigo.
Sem teus carinhos,
perambulo às noites
à procura de um alicerce
que me sustente,
sacie meus desejos,
cure meus vícios,
cessando meu estado inerte.
Sem teu ser nada sou.
Eu não vejo, não respiro,
vegeto alucinado,
entre choros e suspiros,
implorando, suplicando
por teu sangue
que me corre às veias,
por teu beijo
que renasce o meu ser,
por teu amar
que enfim me resgata
do meu estado indigente.