Da poesia em fuga
elisasantos
Sacerdotisa estelar, invoco intercessão.
Nessa noite sem luar, vago pelas galáxias
emudecida e acanhada, fugindo da poesia
que me instiga tecer sonetos ou mesmo...
um só terceto que faça falar bem alto e
caminhar nesta aurora de mãos dadas
na calçada, falando meu amor calado,
fugitiva dos teares, lancei ao mar
o linho, os fios de seda e o algodão,
pois, nego-me tecer a renda e
revelar sequer uma trama que derrube...
as paredes deste amor que é profano
e sob véus tem próprios cânones e no
escuro é poesia sem o poeta versar.